Dr. Rui Ribeiro – Cirurgia da obesidade e diabetes

Cirurgia plástica

Sendo comum dizer-se que o tratamento da obesidade é feito por uma equipa multidisciplinar, nem sempre é bem compreendido nem pelo doente nem pela Sociedade em geral o papel da Cirurgia Plástica Reconstrutiva nesse mesmo tratamento.

É também obvio que o objectivo do tratamento integrado multidisciplinar da obesidade tem objectivos que vão muito para além de um ganho em termos da estética corporal, falamos das doenças que cura e que previne e da melhoria da qualidade de vida, principalmente. Mas, inevitavelmente, o doente com êxito, o que é conseguido em 95 a 100% dos casos envolvendo cirurgia metabólica, vai beneficiar de um importante bónus em termos estéticos. O perfil vai melhorar, as gorduras localizadas desparecem, a face rejuvenesce, o duplo queixo reduz-se ao original, as pernas desincham e voltam a ter curvas, a celulite reduz-se brutalmente. A imagwm corporal e a auto-estima da pessoa aumentam na devida proporção.

Todos esses efeitos são bem vindos e justificam mesmo que muitos doentes tenham como principal motivação a procura desta melhoria. Isto por vezes não é aceite mas defendemos que tal é perfeitamente legítimo dados a vantagem psicológica que traz à pessoa e ao seu bem estar, este um dos elementos por vezes esquecido do tripé da definição de Saúde.

Mas, porque todas as moedas têm duas faces, a melhoria do perfil pessoal é muitas vezes acompanhada pela presenças de excesso de pele que agora não tem gordura para cobrir e, como tal, sobra e cria outro género de problemas ao seu portador. Não só pode esse excesso de pele ser incómodo porque a fricção dos tecidos pode provocar irritações ou mesmo feridas como e, sobretudo, a imagem ao espelho não resulta tão bem quanto o esperado e isso pode ter um impacto psicológico negativo muito grande.

Claro que em todos os casos a adopção de uma actividade física regular, a prática de cuidados de estética médica como a mesoterapia, a endermologia, a radiofrequência ou mesmo a cavitação podem ajudar imenso a evitar o excesso de pele mas, normalmente seja pelo factor custo seja pela desabituação de o doente obeso investir nos cuidados com o seu corpo, a adesão a este tipo de cuidados é reduzida.

Na prática e trabalhando há muitos anos num grupo onde foram operados mais de 2000 doentes e onde a cirrugia plástica esteve e está disponível desde a primeira hora, o que verificamos é que cerca de um terço dos doentes adoptas as medidas referidas e não necessita de cirurgia plástica e os restantes dois terços necessitam dela. Nestes casos, apenas um terço o faz normalmente. As razões porque apenas cerca de 20% fazem remodelação corporal passam pelo preconceito, pela dificuldade no acesso aos cuidados, pela resistência conjugal, pelo próprio desinteresse ou desabituação sobre o cuidado na imagem corporal, por vezes tão embutido que permance como uma sequela difícil de reverter. Todos estes factores devem ser investigados no seio da equipa e todos os doentes deverão ter conhecimento das soluções propostas sendo certo que a decisão final é sua.

Mas talvez a principal informação que é necessário dar a quem necessita e considera fazer cirurgia plástica é o aviso de que sendo extremamente gratificante a Cirurgia de Remodelação corporal tem de ser devidamente pensada e preparada. O reforço da acção do psicólogo nesta fase e uma discussão aprofundada com o cirurgião plástico sobre a estratégia a seguir na abordagem das diferentes regiões anatómicas são fundamentais. E é também decisivo estar preparado para encvarar a chamada carga cicatricial da cirurgia plástica. Todo e qualquer doente deve perceber que vai melhorar e que isso não significa voltar a ter o corpo dos 18 anos, pelo menos no que toca à presença de cicatrizes.

Mas, também aqui os cuidados de uma equipa de estética é muito importante e, com critério e saber, é possível com tratamentos diversos (mesoterapia, electroporação, laser e regeneração bioquimica) obter cicatrizes agradáveis e discretas que não retiram o prazer de toda uma revolução positiva na vida do obeso emagrecido.

Por isto, o conceito inclui cirurgia plástica e também uma equipa de estética para maximizar os resultados, brilhantes, do tratamento integrado e com cirurgia da obesidade.

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