Hoje em dia, dado o elevado número de cirurgias de obesidade que se realizam a cada dia em todo o mundo, tornou-se relativamente vulgar os doentes terem de ser submetidos a uma segunda operação, chamada genericamente de revisão ou cirurgia revisional.
Em geral estas operações são feitas em 14% dos doentes submetidos a uma primeira cirurgia. Mas se pensarmos nas cirurgias restritivas este número varia entre 10 e 40% (sleeve, banda, gastroplastia vertical anelada). Já no bypass gástrico ocorre em menos de 3% dos doentes.
Em princípio cada doente deve ser acompanhado pelo seu cirurgião que avaliará o percurso do doente e as eventuais necessidades de “retocar” a cirurgia com o objetivo de melhorar os resultados seja na perda de peso seja no conforto ou bem estar do doente. Mas, dada a elevada mobilidade das populações no Mundo moderno, muitas vezes os doentes têm de recorrer a outros cirurgiões. Por isso devem munir-se da documentação que esclareça, do ponto de vista cirúrgico, qual é a sua situação. Isto pode se rum relatório médico, um protocolo operatório ou mesmo uma gravação vídeo da cirurgia.
È preciso saber que uma cirurgia de revisão é tecnicamente mais difícil que uma primária a ela se associando, por motivo da presença de cicatrizes
interiores e zonas de inflamação ou isquemia dos tecidos, uma taxa de complicações mais elevada. Por isso cada doente com uma cirurgia a precisar de revisão deve procurar um cirurgião “muito experiente” de forma a assegurar a sua segurança e o resultado pretendido.
Outro aspeto é que um doente que vai ser submetido a uma revisão deve ser de novo estudado com exames complementares ( rx, endoscopia, análises) e também preparado pelo nutricionista e pelo psicólogo pois está provado que um doente preparado para mudar o seu estilo de vida com a ajuda de uma operação tem melhores resultados se fizer essa preparação teórica e mental prévia.
Os procedimetnos:
É sempre possível que cada doente com uma cirurgia feita para controlar a obesidade necessite de uma revisão em algum ponto do seu futuro.
A equipa da Clínica Rui Ribeiro tem uma experiência que podemos classificar como das maiores da Europa neste tipo de abordagens. Usamos as técnicas mais evoluídas e simultaneamente mais seguras porque as complicações ocorrem em apenas 5% dos casos. Colocamos em primeiro lugar a segurança da vida do doente mas não descuramos a obtenção de bons resultados.
Deixamos aqui alguns exemplos de situações que requerem revisão e o procedimento mais adaptado:
Banda gástrica com recuperação de peso: aconselhamos remoção da banda e realização de bypass gástrico tipo “Sleeved gastric bypass”, uma variante mista entre o bypass gástrico em Y de Roux e o Minibypass que tem obtido resultados incomparáveis.
Banda gástrica com queixas severas de refluxo ( azia e pirose) e dilatação da bolsa gástrica: remoção da banda e bypass gástrico clássico em Y de Roux
Sleeve gástrico com recuperação de peso: conversão em Derivação Biliopancreática com desvio duodenal (Duodenal switch)
Sleeve com queixas severas de refluxo: conversão em bypass gástrico clássico em Y de Roux
Bypass gástrico clássico com queixas de recuperação de peso: anelação de bypass ou incremento da ansa de intestino excluída do trânsito intestinal
Bypass gástrico com queixas significativas de hipoglicemia (dumping tardio) de controle médico incompleto: colocação de anel na bolsa gástrica
Estes são meros exemplos de situações mais comuns mas, em todos os casos, o cirurgião discute com o doente as opções mais indicadas chegando ambos a um consenso sobre o que fazer, numa decisão partilhada a bem da saúde do doente.