Dr. Rui Ribeiro – Cirurgia da obesidade e diabetes

As operações

Descrição das operações

BIPARTIÇÃO DO TRÂNSITO INTESTINAL (Clássica em cima, de anastomose única em baixo)

bipartição do trânsito intestinal é um modelo cirúrgico de bypass gástrico em franca expansão. Consiste numa gastrectomia vertical (sleeve gástrico) ao qual se acrescenta um bypass que coloca os alimentos rapidamente na segunda porção do intestino estimulando os mecanismos hormonais, bioquímicos e microbiológicos que melhoram o metabolismo do doente permitindo a redução do peso e o controle ou cura da diabetes tipo 2, hipertensão arterial, hipercolesterolemia, síndrome da apneia do sono, fígado gordo e outras. O seu poder é semelhante ao do duodenal switch mas com menor complexidade técnica. Tem duas vantagens enormes: nenhuma parte do intestino é desactivada (menos problemas nutricionais) e mantemos o acesso ao duodeno podendo ser realizadas normalmente endoscopias e CPREs. Construída com duas anastomoses (Bipartição clássica) ou com anastomose única (OATB / SASI) esta é uma das cirurgias do futuro !!!


SLEEVE GÁSTRICO OU GASTRECTOMIA VERTICAL CALIBRADA

Também chamada “SLEEVE”, reduz a capacidade do estômago e retira a zona responsável pela produção de hormonas responsáveis pela fome – grelina. Consegue-se assim o duplo efeito de restringir a quantidade de alimentos ingerida de cada vez e, por outro lado, um importante efeito hormonal que se traduz na redução da fome nos intervalos das refeições.


MINIBYPASS GÁSTRICO OU BYPASS DE ANASTOMOSE ÚNICA

Também chamado bypass em omega loop por analogia com a designação “Y de Roux” dada ao bypass clássico, é uma cirurgia mais potente pois consegue um equilíbrio optimizado entre o efeito restritivo e o mal-abortivo garantindo vantagens diversas:

. melhor perda de peso

. melhor manutenção do peso baixo no futuro

. melhor tolerância alimentar

. melhor taxa de controle da diabetes, hipertensão, disipidemia e apensa do sono

. menor risco peri-operatório (fistulas, hemorragias, estendesse, embolias, vómitos, torções e outras)

. menor risco de complicações à distância (hérnias internas e recuperação de peso)

. adaptável (fácil de corrigir se perda ou ganho excessivo de peso)

. resolução da obstipação

Tem como desvantagens.

1 – Tem ainda uma incidência de anemias um pouco mais alta por diminuição de absorção de Ferro que nas mulheres com ciclo menstrual activo pode exigir suplementação com Ferro oral e B12 permanente (a par do polivitamínico).

2 – Uma taxa até 5% de refluxo biliar. Este inconveniente foi resolvido na nossa prática com a criação de uma variante técnica a que chamámos “SLEEVED GASTRIC BYPASS”  e que no fundo é um minibypas acrescido de uma derivação em Y de Rioux, ou seja, uma modalidade mista entre os dois tipos de bypass. Os resultados são excelentes e é hoje a nossa técnica de eleição (ver a seguir).


MINIBYPAS GÁSTRICO DERIVADO

Esta é então a variante que usamos mais e conjuga as vantagens do minibypass (baixas mobilidade, excelente perda de peso, boa tolerância alimentar) e uma das  vantagens do bypass gástrico em Y de Roux (controle óptimo do refluxo gastroesofágico).

Os resultados, na nossa experiência, confirmam a superioridade desta modalidade.


BYPASS GÁSTRICO EM Y DE ROUX (CLÁSSICO)


Reduzindo o estômago a uma pequena bolsa e, fazendo-se uma montagem que permite uma passagem directa dessa bolsa para o intestino (desvio=bypass), consegue-se diminuir a capacidade de ingestão provocando ainda alterações hormonais (mais importantes que na “sleeve”) que reduzem o apetite e têm outros efeitos como, por exemplo, a cura de 90 a 100% dos doentes obesos diabéticos.


DERIVAÇÃO BILIO-PANCREÁTICA

Também chamada OPERAÇÂO DE SCOPINARO, trata-se de um bypass como o anterior mas no qual o estômago fica um pouco maior – com 200ml – e a montagem efectuada é diferente, retirando maior quantidade de intestino do circuito de absorção. Assim, estes doentes absorvem apenas parte dos alimentos ingeridos e daí o consequente emagrecimento. È a mais potente das cirurgias para a obesidade.


DERIVAÇÃO BILIO-PANCREÁTICA C/ DESVIO DUODENAL (DUODENAL SWITCH

Trata-se, como no caso anterior, de um bypass em que o estômago é reduzido com uma “sleeve” e o intestino é ligado ao duodeno, reduzindoi também capacidade de absorção ao intestino. É também uma cirurgia de má-absorção, com a potencia da anterior mas com menos efeitos secundários.


Comparação entre as várias cirurgias

Aviso: Os valores apresentados resultam de uma avaliação de valores obtidos em diversos trabalhos científicos, correspondem aos obtidos na nossa experiência de 1200 doentes operados e são da responsabilidade da nossa equipa cirúrgica . Outros valores podem ser encontrados em séries / trabalhos individuais. 

PARÂMETROSLEEVE GÁSTRICOMINIBYPASS ou MINIBYPASS DERIVADOBYPASS GÁSTRICO
Tempo de operação45 minutos60 minutos90 minutos
Tempo de internamento3 dias2 dias3 dias
Recuperação para o trabalho15 dias10 dias15 dias
Perda de excesso de peso a 5 anos50 – 60%70 – 80 %60 – 70%
Resolução de doenças associadas+++++++++
Necessidade de acompanhamento médico++++++++
Risco de mortalidade0,5%0,1%0,3%
Risco de complicações peri-operatórias8%5%10%
Risco de complicações a médio e longo prazo30%5%10%
Risco de reoperação15%2%5%
Restrição alimentar (volume)+++++++
Restrição alimentar (tipo de alimentos)+++++++
Vómitos no início+++++++
Diarreia0+0
Obstipação+++0+++
Défices de vitaminas, Cálcio, Ferro, B12Ácido fólico ou Vit. B12Polivitamínico, Vit D, Ca, Fe, , B9, B12Polivitamínico, Vit D, Ca, Fe, B9, B12
Refluxo gastroesofágico+++/00
ReversibilidadeNãoFácilPossível
Melhoria da qualidade de vida++++++++++
                         * estes dados são baseados no resultado da experiência pessoal

Cirurgias sem cicatriz

Com o propósito de diminuir ainda mais o desconforto provocado pela cirurgia nos doentes, a equipa cirúrgica da Clínica Rui Ribeiro recorre à técnica SILS (Single Incision Laparoscopic Surgery) que nos permite fazer cirurgias com recurso a apenas uma incisão umbilical.

Foi realizada, em 17 de Setembro de 2008, na Clinica de Santo António, a primeira colocação de banda gástrica com apenas uma incisão no umbigo e uma outra para colocação do portal de acesso na região do apêndice xifóide, num total de 3 cm de comprimento na soma das duas incisões.

Menos dor, menor risco de complicações e melhor resultado estético são as principais vantagens deste método.

O método tem a filosofia da cirurgia mini-invasiva e assume-se como uma via para atingir procedimentos sem incisões, através de orifícios naturais (NOTES). Menos agressão e maior eficácia do tratamento são os objectivos desta inovação…

O SILS consiste em conseguir colocar uma banda ou remover uma vesícula ou outro órgão através de um corte de 15 mm no umbigo, Nesse local são colocados, de forma aglutinada, três pequenos trocartes ou um dispositivo com três ou quatro canais de trabalho para introduzir as pinças.

No fundo, o número de trocartes é o mesmo mas a sua colocação é concentrada de forma a fazer um corte único na pele, Sob o ponto mediano de encontro das costelas mais inferiores é feita a segunda incisão para introdução de um dispositivo de afastamento do fígado e para, por sua vez, colocar o portal de acesso à banda (port). No final, é feita uma reconstrução do umbigo podendo a cicatriz ficar completamente indetectável a um observador externo.

Vantagens do método SILS / SITU

Esta técnica difere na abordagem uma vez que os cortes na pele são colocados dentro do umbigo. No final a cicatriz visível é menor e ao fim de um ano ninguém notará que foi operado/a. Com esta técnica o doente também vai ter menos dor e o regresso a casa e ao trabalho é ainda mais rápido. Um doente operado de manhã pode regressar, confortavelmente, a sua casa no dia seguinte. O regresso ao trabalho é possível a partir do oitavo dia de pós-operatório, desde que não envolva carga física importante.

As regras de adaptação alimentar e psicológica bem como o restante acompanhamento multidisciplinar são, evidentemente, iguais.

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